Saúde geriátrica
Hoje em dia os nossos animais
vivem mais tempo. Os grandes responsáveis por isso são os donos mais
conscientes, com mais atenção por integrarem cada vez mais
os animais no centro das suas atenções, estando por isso mais atentos a
alterações e apostando mais nos cuidados veterinários, que por sua vez foram
melhorados com melhores técnicas e melhores medicamentos.
Ninguém se deve
esquecer que um animal tem à partida uma esperança de vida limitada, mas
felizmente vamos conseguindo adiar com saúde algumas partidas.
Com que idade é que o meu animal
é considerado geriátrico?
A resposta a esta pergunta é um
pouco controversa e pouco consensual. Alguns estudos determinam que o início da
idade geriátrica em:
- Cães pequenos – 9 anos
- Cães médios – 8 anos
- Cães grandes – 6 anos
- Gatos – 9 anos
Como posso perceber essa entrada na geriatria?
Antes de mais convém dizer que na maior parte das vezes esta entrada passa despercebida (o que não quer dizer que não aconteça). Apesar de acreditar que o seu animal está normal, existem processos que não mostram sinais exteriores até se encontrarem bastante avançadas, e doenças mais avançadas são mais difíceis de serem tratadas e nem sempre com o mesmo grau de resposta ao tratamento como se fossem detectadas numa fase inicial. É por isso que recomendamos uma consulta sénior duas vezes por ano, fazendo umas análises de rotina numa delas para fazer um ponto de situação sobre a saúde do seu animal. Se as análises vierem com resultados normais, tanto melhor e assim temos um ponto de partida para uma avaliação futura!
A que sinais devo eu estar atento?
Há sinais mais óbvios que outros, como:
- A descoloração do pêlo no
focinho, que pode aparecer muito cedo na vida de um animal, mas que normalmente
só aparecem na entrada da geriatria
- Uma perda de pêlo continua, sem
explicação aparente
- A perda de audição, em que irá
reparar nas reacções mais abruptas que o animal terá à sua aproximação
- O aparecimento de uma névoa na
visão, principalmente visíveis à noite e contra luz
- A atrofia muscular, com a
evidenciação das extremidades ósseas
- O cansaço após pouco exercício,
com recuperações demoradas
- Um aumento exagerado do consumo
de água e uma micção mais frequente
- Mau hálito e sangramento gengival
por vezes com perda de capacidade de comer alimento seco
- Dificuldade a levantar-se e nos
primeiros passos após repouso
- Alterações de apetite com uma
significativa perda de peso
- Prisão de ventre por mais de dois
dias
- Algumas alterações nos períodos
de sono intermitentes com períodos de muita agitação e confusão mental
O que fazer com os primeiros sinais?
O primeiro passo é mesmo não ignorar os sinais. Assim que perceber qualquer um destes sinais deve deslocar-se à clínica e tentar juntamente com o veterinário perceber se os sinais são consistentes e se têm correspondência a algum problema inicial. A detecção precoce de algumas doenças através de um bom exame físico e alguns exames complementares pode pode ser a diferença entre um tratamento de sucesso ou não.
A que podem corresponder alguns destes sinais?
Existem imensas situações que estarão na cabeça do veterinário quando lhe apresentar estes sinais. Cada caso tem as suas particularidades pelo que estar à espera de uma relação directa sinal-doença é um exercício perigoso, assim como as generalizações e os medos exagerados. Um animal geriátrico está mais exposto a doenças como problemas prostáticos, problemas neoplásicos, problemas degenerativos, problemas cardíacos, problemas hepáticos, problemas renais, alguns problemas de comportamento, etc.
Essas doenças têm cura?
Surpreendentemente a resposta é sim. Algumas têm cura e outras têm um controlo cada vez mais eficaz podendo, desde que detectadas precocemente, ser controladas e permitir uma existência feliz e saudável do seu animal ao seu lado por mais uns aninhos! Lembre-se que o nosso grande objectivo é sempre a qualidade de vida do seu animal…ao seu lado!