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Primeiros socorros

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Afogamento

Uma vez que tanto cães como gatos são bons nadadores é pouco provável que se afoguem, mas por vezes eles podem colocar-se em situações de risco ao atirarem-se para águas com corrente ou canais de água sem uma saída fácil.
Em caso de afogamento a primeira coisa que deve fazer é retirar o excesso de fluidos dos pulmões do animal. Para isso deve colocar a cabeça do animal para baixo e suavemente abaná-lo. Se houver falha na respiração, deve aplicar a respiração artificial até encher os pulmões de ar.
Deve também ter em atenção o pulso e se o coração está a bater, pois pode ser necessário aplicar RCP.

De imediato deve levar o seu animal ao veterinário, de modo a que este possa monitorizar a saturação de oxigénio e ajudar na ventilação e aspiração das vias aéreas do seu animal.

Choque Eléctrico

Nestes casos, desligue imediatamente o quadro eléctrico, para sua própria segurança.
Se não conseguir desligar o quadro, tire o seu cão da corrente com a ajuda de um pau ou cadeira de madeira ou uma peça grossa de roupa enrolada 3 a 5 vezes para evitar que o choque se propague a si.
Em casos severos podem ocorrer queimaduras e paragem respiratória. Nestes últimos casos, pode ser necessário proceder a respiração artificial. Se não houver batimento cardíaco, iniciar a RCP.
Os choques eléctricos acontecem principalmente dentro de casa, devido a mordeduras nos cabos eléctricos ou em tomadas.

Se existirem queimaduras graves envolva-as com compressas molhadas e assim que possa telefone ao seu veterinário.

Choques e Desmaios

Entre as diversas razões de choque e desmaios estão os acidentes rodoviários, lutas, envenenamentos e doenças gerais que afectem o sistema nervoso ou cardiovascular.
Podem-se observar tremores, desmaios, olhar fixo ou reflexo ocular ténue, dependendo da causa.
Nestes casos há pouca coisa que você possa fazer. O tratamento dos desmaios e choques vai depender exclusivamente da causa que o seu veterinário encontrar. Mas até conseguir chegar ao veterinário, deve:

Evitar mexer o animal demasiado e se tiver mesmo que o fazer, faça-o de forma cuidadosa
Deve colocá-lo num local calmo e quente e sempre com a cabeça para a frente
Deve evitar dar comida ou água, pois pode causar engasgamentos e inconsciência
Deve verificar se o animal respira confortavelmente. Se existirem substancias como saliva ou vómito, deve limpar a boca do animal.

Deve levar de imediato o animal ao seu veterinário para que este possa determinar a causa dos desmaios e proceder ao tratamento mais eficaz.

Congelamento

Os animais, especialmente os de pêlo curto, quando expostos ao frio intenso, podem congelar total ou parcialmente, nas orelhas, nos dedos e na ponta da cauda, no pénis e na vulva.

São sinais de congelamento as feridas na língua e gengivas, inactividade física e a sonolência.
Em caso de algum destes sinais ocorrer, leve imediatamente o seu animal para um ambiente quente, mas cuidado: aquecê-lo demasiado depressa pode fazê-lo entrar em choque. Deve aumentar-se a temperatura de forma vagarosa. Enquanto se aumenta a temperatura corporal, massage o corpo para promover a circulação sanguínea.

Não mantenha o seu animal preso em tempos gelados. Mesmo em climas frios, a actividade ajuda o animal a manter a sua temperatura corporal em níveis mínimos.

Após estes procedimentos, deve contactar imediatamente o seu veterinário para lhe descrever a situação e para este decidir se será necessária a administração de fluidos aquecidos por via endovenosa.

Envenenamentos

Informação geral

Veneno- Um veneno é qualquer substância que ponha em perigo a vida por causar lesões em órgãos vitais, provocando a morte.
Envenenamento- Dano orgânico provocado pelo contacto com o veneno, podendo causar lesões irreversíveis e a morte.

Classificação de venenos:
Os venenos são principalmente divididos em 4 grupos:

De acordo com as suas fontes
De acordo com as substâncias químicas
De acordo com as suas características físicas
De acordo com os efeitos que têm no corpo

Formas de exposição
Os venenos entram no corpo através da respiração com gases ou vapores, da digestão ou da absorção cutânea. A pele normalmente funciona como uma barreira, mas se existirem falhas, como feridas, eles são absorvidos rapidamente.
São factores importantes para o envenenamento a espécie do animal, a idade deste, a sua saúde no momento do envenenamento, o sexo, e a sua nutrição, assim como é obvio, a quantidade de veneno exposta.

Espécie: As diferenças anatómicas e estruturais das diferentes espécies torna-as mais ou menos expostas a venenos que outras. Por exemplo, a capacidade de destoxificação de algumas substâncias no cão é diferente da do gato. Não use medicamentos de um no outro sem instrução veterinária.
Idade: Animais muito novos e animais geriátricos são mais sensíveis a venenos uma vez que os seus órgãos de destoxificação, o Rim e o Fígado, ou ainda não estão completamente desenvolvidos ou já têm as suas capacidades diminuídas.
Sexo: O sexo dos animais, e com isso a sua condição hormonal pode por vezes interferir na metabolização de algumas substâncias tóxicas.
Saúde: A saúde dos principais órgãos de destoxificação, o Rim e o Fígado, interfere na capacidade destes órgãos de funcionarem a 100% nos processos de destoxificação. Animais que sofram de hepatites crónicas ou de insuficiência renal, ficam mais expostos à toxicidade.

Etilenoglicol
O Etilenoglicol é a substância que se usa como anti-coagulante para os vidros dos carros. Tem um sabor doce e agradável o que leva a que cães e gatos a ingiram com voracidade.
Os primeiros sintomas aparecem rapidamente e incluem o vomitar, a hipersalivação, a fadiga e espasmos musculares. Os animais podem desmaiar.

Primeiros socorros: Deve tentar-se induzir o vómito. Tentar administrar sal grosso directamente ou sal grosso diluído em água morna para o efeito. Assim que puder leve-o ao seu veterinário pois ele precisará de cuidados imediatos.

Veneno de Ratos
Esta situação infelizmente ainda é muito comum. O veneno para ratos é deixado sem cobertura ou acessível aos animais e estes ingerem-no. A absorção intestinal deste veneno é muito rápida e passado menos de meia hora podem começar a aparecer os primeiros sintomas. Se não forem imediatamente tratados os animais podem morrer. O sangue perde a sua capacidade de coagular, pelo que qualquer uma das imensas micro-hemorragias que naturalmente ocorrem nos nossos órgãos, são assim exacerbadas podendo originar uma massiva hemorragia interna e a morte.

Primeiros socorros: Deve tentar-se induzir o vómito. Tentar administrar sal grosso directamente ou sal grosso diluído em água morna para o efeito. Assim que puder leve-o ao seu veterinário pois ele precisará de cuidados imediatos, com a administração de Vitamina K para tentar antagonizar o efeito do raticida.

Picadas de abelhas e vespas:
O envenenamento ocorre devido à picada da abelha ou vespa. A zona da picadela é importante, pois uma picada na boca ou na área da garganta pode ser fatal devido à dificuldade respiratória que resulta do inchar dessas áreas. Também importantes são as picadas ao redor dos olhos ou na zona lombar, devido às consequências que podem ocorrer, como cegueira ou paralisia. Noutras zonas do corpo, a picada não assume tanta importância. O veneno entra no corpo pela pele e envenena primeiro localmente e depois espalha-se para o corpo. Animais muito sensíveis ao veneno podem morrer imediatamente.
Como detectar que o animal foi mordido? Se este começar a latir/miar desenfreadamente, a correr sem parar, tentando lamber a área afectada, são alguns sinais. A vermelhidão e o inchar vão denunciar a zona da picada, assim como o comichão intenso.
Casos existem em que a abelha é deglutida. Nestes casos os sintomas podem ser muito severos por dificuldade respiratória associada ao inchaço da garganta.

Primeiros Socorros: Deve levar o animal imediatamente ao veterinário para este lhe injectar um anti-histamínico e avaliar a respiração e a zona da picada.

Insecticidas:
Organofosforados e carbamatos
Os insecticidas são sem duvida um dos venenos mais utilizados para o envenenamento intencional ou acidental. Uma vez que os gatos são mais meticulosos na escolha da sua comida, este envenenamento é bastante menos frequente em gatos que em cães, sendo maioritariamente visto em gatos que ingeriram um rato morto por insecticida. O veneno pode ser ingerido, inalado ou entrar por contacto com a pele e logo se espalha por todo o corpo, pelo que em grandes doses pode ser fatal. Começa por afectar o fígado passando rapidamente para afectar músculos e nervos, incluindo o sistema nervoso central e podendo originar paragem respiratória. Isto pode ocorrer em pouco tempo, de meia hora a duas horas.
Os sinais mais comuns que pode observar são os vómitos, a náusea, os espasmos musculares, a dor, urinar e defecar de forma involuntária, dificuldade respiratória, tremores faciais, possível perda de reflexo ocular.
Um tratamento precoce pode salvar a vida ao animal.

Primeiros Socorros: Se suspeitar de envenenamento por insecticida deve imediatamente tentar induzir o vómito no seu animal, obrigando-o a ingerir sal grosso sólido ou diluído em água morna. Depois do vómito, limpe cuidadosamente a boca e nariz do animal e coloque-o numa posição em que lhe seja mais fácil (ou menos difícil) respirar. De seguida deve de imediato contactar o seu veterinário. Existe alguma medicação de suporte e sustentação no caso de envenenamento por insecticidas e quanto mais cedo for avaliada a sua necessidade, maior probabilidade tem o animal de se salvar.

Envenenamento por Nicotina
Pode existir envenenamento por nicotina com a ingestão de pontas de cigarros ou folha de tabaco. Este envenenamento ocorre principalmente em gatos e tem como sinais de envenenamento temos o vómito, os tremores, os espasmos musculares, e o acelerar dos batimentos cardíacos. Se existir afectação respiratória pode ocorrer a morte.

Primeiros Socorros: Deve tentar induzir o vómito no seu animal com sal grosso sólido ou diluído em água morna e de pronto levá-lo ao seu veterinário para este poder administrar-lhe carvão vegetal activado e medicação de suporte.

Envenenamento por produtos de limpeza domésticos:
Alguns dos produtos que se utilizam para a limpeza doméstica podem originar um envenenamento no seu animal, com sinais como vómito e diarreia.

Primeiros Socorros: Devido ao efeito cáustico de passagem pelo trato digestivo destas substâncias, não deve tentar induzir o vómito, mas sim diluir a ingesta com água.

Ingestão de álcool
Grandes quantidades de álcool ingerido pelo seu animal podem causar-lhe dano irreversível, podendo originar mesmo a morte. São sinais de estado ébrio a excitação, o guinchar, o ladrar intenso, delírio, e o andar descoordenado.

Primeiros Socorros: Deve induzir o vómito no seu animal, obrigando-o a ingerir sal grosso sólido ou diluído em água morna. Deve levar o animal ao seu veterinário para este poder administrar-lhe complexos vitamínicos que atenuem o dano hepático e ao sistema nervoso.

Golpe de Calor

Os cães não resistem ao calor melhor que os gatos. A dificuldade deles para lidar com temperaturas altas é enorme. Dez minutos são suficientes para afectar a saúde do seu gato, e não é suficiente abrir as janelas do seu carro! Você pode prolongar o período de tolerância com o ar condicionado do seu carro, mas não se esqueça que ele não é afectado só pelo calor mas também pelos raios ultra-violeta.
Em climas quentes, tenha atenção à taça de água do seu gato, mantendo-a sempre cheia.

São sintomas de golpe de calor:

Respiração rápida e irregular
Língua vermelha brilhante
Gengivas pálidas e vermelhas
Ritmo cardíaco elevado
Pulso elevado
Problemas de equilíbrio
Desmaios
Saliva espessa e pegajosa

Que podem originar:

Edema cerebral
Hemorragia cerebral
Diarreia
Choque
Coma

Animais mais idosos, com mais peso, algumas características raciais (como a braquicefalia), a condição de saúde, e mesmo a cor do pêlo (cores claras de pêlo refletem mais raios que os pêlos escuros), são mais susceptíveis de golpe de calor.
Se o seu animal for afectado por um golpe de calor, deve imediatamente levá-lo para um local fresco com corrente de ar. Se existir uma ventoinha perto, use-a. Molhe o seu gato com água morna a tépida e repetir o exercício a cada cinco minutos. Tenha atenção que a água não deve ser fresca para não originar choque nem ser aplicada directamente, mas sim através de toalhas no pescoço, cabeça, pés e virilhas do gato. Devemos baixar a temperatura do golpe de calor (>41ºC) para valores de 38-39ºC nos primeiros 10 a 15 minutos. Vá medindo a temperatura do seu gato e tente dar-lhe água á boca. Se ele não for capaz de beber, não insista, pois pode aspirar a água.
Assim que o seu animal comece a reagir, leve-o a um veterinário com urgência num carro completamente ventilado, para o veterinário administrar-lhe fluidos, que serão fundamentais na reposição da circulação normal no seu gato.

Em tempos quentes, não deixe o seu animal exposto ao calor, principalmente em carros. Em poucos minutos isto pode causar-lhe a morte súbita.

Traumatismos

Atropelamentos

Os atropelamentos são uma das piores coisas que podem acontecer ao seu animal. Nestas situações deverá tentar manter a cabeça fria e calma suficiente para poder transmitir calma ao seu animal.
Lembre-se que o seu animal pode agir de forma inconsciente e por isso tenha muito cuidado: se ele não tiver dificuldade a respirar feche-lhe a boca com um açaime, mesmo improvisado, antes de começar a tocar-lhe.
Deve verificar se existe alguma ferida com sangue. Se existir, tente estancar a hemorragia aplicando pressão ou fazendo um torniquete: este deve ser aliviado de dez em dez minutos para evitar a formação de gangrena.
Avalie a respiração e o batimento cardíaco do seu animal. Coloque-o na posição em que respire melhor. Limpe a boca e o nariz dos excessos de sangue ou saliva para lhe facilitar a respiração.
Deve levar o seu animal ao veterinário imediatamente. Podem existir situações como deslocamentos, fracturas, seja de membros, costelas ou coluna ou traumatismo craniano, ou pneumotórax ou hemotórax ou mesmo ruptura de bexiga, pelo que deve tão rapidamente quanto possível transportá-lo até ao seu veterinário.
Coloque o animal numa superfície dura, um cartão duro ou num cobertor esticado, com movimentos cuidadosos.
Telefone mal possa ao seu veterinário a descrever a situação para este o poder aconselhar e para ir preparando o espaço e a equipa para a recepção do seu animal.

Quedas

As consequências de uma queda podem ser desastrosas, podendo ocorrer fracturas e contusões severas.
Por esta razão deve ser muito cuidadoso ao levantar o animal e antes mesmo de o fazer, deve proceder a uma avaliação cuidada para possíveis fracturas, hemorragias e estado mental.
Coloque o animal numa superfície dura, um cartão duro ou num cobertor esticado, com movimentos cuidadosos.
Deve verificar se existe alguma ferida com sangue. Se existir, tente estancar a hemorragia aplicando pressão ou fazendo um torniquete: este deve ser aliviado de dez em dez minutos para evitar a formação de gangrena.
Avalie a respiração e o batimento cardíaco do seu animal. Coloque-o na posição em que respire melhor. Limpe a boca e o nariz dos excessos de sangue ou saliva para lhe facilitar a respiração.
Uma vez que o risco de hemorragias internas é elevado, deve levar o seu animal ao veterinário o quanto antes
Telefone mal possa ao seu veterinário a descrever a situação para este o poder aconselhar e para ir preparando o espaço e a equipa para a recepção do seu animal.

Lutas

Em lutas de cães grandes contra cães pequenos e gatos, é comum haver fracturas de coluna e do pescoço, pelo que deve ter um extremo cuidado ao mexer no animal. Coloque o animal numa superfície dura, um cartão duro ou num cobertor esticado, com movimentos cuidadosos.
É fundamental levar o animal ao seu veterinário para estancar as hemorragias resultantes das mordidelas e proceder à limpeza das feridas infectadas.
As mordidelas de cães do mesmo porte raramente representam um perigo de vida, mas dada a violência das mordidelas podemos ter situações de lesões extensas e muito perfurantes. Estas têm a agravante de representarem uma infecção profunda-onde chega o dente são inoculadas as bactérias da boca do agressor-, pelo que se torna necessária uma avaliação do seu veterinário para determinar qual a melhor abordagem às lesões.
Os animais envolvidos em lutas podem comportar-se de forma violenta com os donos, devido ao choque ou dor que possam estar a ter.

Cortes e objectos espetados

Os cortes podem ocorrer por contacto com objectos como vidro, lascas de metal ou madeira que entram em contacto com partes do corpo, nomeadamente com os pés e mãos do animal enquanto estes caminham.
Nestas lesões podem ocorrer hemorragias muito difíceis de estancar, pelo que para além da pressão de estancamento que deve aplicar na hemorragia deve colocar um torniquete um pouco mais acima da área da hemorragia. Este deve ser aliviado a todos os 10 minutos para evitar uma gangrena.
Deve tão depressa quanto puder deslocar-se ao seu veterinário para este poder avaliar o foco hemorrágico, retirar algum objecto cortante que permaneça no foco, e proceder à cauterização ou estancamento por ligadura dos vasos hemorrágicos.
Nas lesões com objectos espetados devemos ter o cuidado de não os retirarmos de imediato do local pois estes podem ter afectado órgãos internos, devendo primeiro avaliar a área onde o objecto espetou e verificar se pode existir ou não um órgão afectado com o objecto.
Deve levar imediatamente o animal ao seu veterinário para que este com a ajuda de meios auxiliares de diagnóstico consiga perceber quais as consequências da remoção do objecto ou, se necessário, ir para remoção cirúrgica do mesmo.
Se se tratarem de lascas nas patas do seu animal, pode tentar removê-las com o auxilio de uma pinça. Faça-o de forma cuidadosa para não deixar nenhum pedaço dentro da ferida. De seguida lave a ferida abundantemente com uma solução anti-séptica e faça um penso local. Para evitar algum tipo de infecção é recomendado falar com o seu veterinário para a possibilidade do animal tomar um antibiótico.

Kit de Primeiros Socorros

Um bom kit de primeiros socorros, preparado para qualquer eventualidade, pode salvar a vida ao seu animal

Deve incluir :

O telefone do seu veterinário
O cartão de identificação e vacinas do seu animal

Consumíveis:

Ligadura elástica
Compressas
Compressas estéreis
Algodão
Soro fisiológico estéril
Uma tesoura
Solução anti-sépitca (betadine ou clorohexidina)
Alcool
Termómetro digital rectal
Uma taça
Luvas de plástico
Um açaime
Uma toalha

Vá verificando periodicamente as validades dos produtos.

Linguagem Corporal

Os animais mostram-nos vários sinais de aviso antes de nos atacarem:
Os sinais como rosnar, os pêlos do ombro e parte superior do dorso eriçados, rosnar e mostrar os dentes, levantar os lábios de cima, colocar as orelhas para a frente, abanar a cauda devagar, ou as orelhas para trás da cabeça, a cauda entre as pernas e a rosnar, e ainda com os pêlos da cauda eriçados entre as pernas, em posição agachada, mesmo com as orelhas direitas, significa que o cão é obediente. Mostrar a barriga, sinais como lamber e urinar-se mostram resignação. Mas se você continuar a aproximar-se de um cão obediente mas assustado, ele pode morder-lhe.
Os gatos pode agachar-se aproximando as orelhas da cabeça, pode escorrer-lhe saliva ou mesmo cuspir. Os gatos podem ser pequenos mas mostram-se maiores quando estão assustados, com as caudas eriçadas e o dorso em forma de arco. Em alternativa eles encolhem-se com a cauda entre o corpo, mas com as patas bem visíveis e os bigodes muito para a frente e as orelhas muito coladas à cabeça. Em qualquer uma destas situações um gato ou mesmo um cão podem atacar.

Não tente tratar um cão que mostre algum destes sinais. Mesmo veterinários e pessoal especializado em cuidados veterinários por vezes têm muita dificuldade ao lidar com animais agressivos, tendo por isso que os tranquilizar antes dos examinar – você não poderá ajudar o animal se se magoar!

Queimaduras

Substancias cáusticas, água e óleos quentes, e altas temperaturas podem provocar queimaduras.

Quando as queimaduras se devem a substâncias químicas, lave abundantemente a área afectada por pelo menos dez minutos. Aplique depois compressas molhadas e compressas gordurosas. Logo de seguida, telefone ao seu veterinário.

Sempre que as queimaduras se deverem a água quente ou a fontes de calor, apesar de nestes casos o grau de queimadura ser muito importante, a primeira coisa a fazer é mesmo aplicar água fria ou gelo, para prevenir maior dano nos tecidos. Não aplicar pomadas gordurosas na ferida.

Também não se deve esquecer que um paciente com queimaduras pode entrar em choque e colapso, devendo por isso contactar rapidamente o seu veterinário.

Ressuscitação Cardio-Pulmonar

Ressuscitação cardio-pulmonar

As técnicas aplicadas em pessoas podem ser aplicadas em animais de forma semelhante.
Existem situações em que poderá ter que assistir as funções cardíacas e respiratórias do seu animal até ele as retomar por si.
Estas paragens podem ocorrer na sequência de acidentes rodoviários, envenenamento, choques eléctricos e choques traumáticos, entre outras.

Importante: esta técnica nunca deve ser aplicada se ouvir ou sentir o batimento cardíaco!

Visualizar bem o movimento das costelas na respiração e a sua duração, verificar a cor das gengivas e o tamanho das pupilas e tentar apanhar o pulso no seu animal, no interior da perna. Se não existir pulso ou respiração, deve iniciar a RCP. Aplicar pressão na reigião onde está o coração e aplicar respiração artificial de forma intercalada

Deite-o de lado. Caso não existam lesões na cabeça ou pescoço, puxe-os para a frente
Abra a boca e puxe a língua para a frente, de forma a desobstruir a garganta. Se existir aí algum objecto, retire-o com os dedos e volte a tentar tomar-lhe o pulso
Feche a boca e lábios – pode por um açaime para os manter fechados
Inale e ponha a sua boca no nariz do animal enquanto exala
Retire a boca e aplique massagens cardíacas entre as respirações artificiais
Ponha a parte mais dura do seu pulso no peito do gato e por cima coloque ainda a sua outra mão
Bombeie com cuidado. Cada vez que pressionar o peito conte até dois, e cada vez que liberta a pressão, conte até um.
Continue a intercalar as massagens com a respiração artificial até sentir o pulso ao seu gato e até este recuperar a respiração autónoma.
Se não responder À RCP em 15 minutos, a probabilidade de voltar a ganhar consciência sem dano cerebral são poucas

Respiração Artificial

Existem várias causas de paragem respiratória: choque eléctrico, envenenamento, afogamento, choque.
São sintomas de problemas respiratórios a presença de gengivas azuis ou pálidas, conjuntivas oculares azul-acinzentadas, pupilas aumentadas e o estado de inconsciência do animal. Se existir algum corpo estranho nas vias respiratórias e o animal não consegue respirar ou respira devagar e de forma dificultada, aplique a respiração artificial.
Atenção que um animal inconsciente pode tornar-se agressivo ao recuperar a respiração – ponha sempre um açaime na boca do animal.

Fazer respiração artificial:

Deite-o de lado. Caso não existam lesões na cabeça ou pescoço, puxe-os para a frente
Abra a boca e puxe a língua para a frente, de forma a desobstruir a garganta. Se existir aí algum objecto, retire-o com os dedos e volte a tentar tomar-lhe o pulso
Feche a boca e lábios – pode por um açaime para os manter fechados
Inale e ponha a sua boca no nariz do animal enquanto exala
Retire a sua mão e aguarde pela redução de volume do peito
Repita este exercício dez a quinze vezes
Se a cor das gengivas começar a mudar para rosa e se obtiver alguma reacção do animal, isso pode querer dizer que este está a recuperar a autonomia respiratória

Assim que possa, leve o seu animal ao seu veterinário, para ele poder monitorizar a saturação de oxigénio e tratar da causa da paragem respiratória.

Sintomas de Dor

Incapacidade de se mexer ou andar
Músculos abdominais contraídos
Pescoço rígido
Coxear
Andar para trás quando se toca numa parte do corpo

Vá ao seu veterinário imediatamente….

Técnicas de Captura

Captura com fitas
Fitas de cabedal e nylon são fortes e fáceis de manusear para fazer a contenção de um animal (nunca usar correntes metálicas)

Faça com a a fita um laço gigante com um nó de correr
Aproxime-se e coloque-se ao lado do animal, gentilmente enfie o laço ao redor da cabeça do animal e puxe com cuidado mas firmemente de modo a que este não consiga libertar-se

Captura com toalhas ou cobertas
Por vezes consegue-se capturar um animal colocando uma toalha em volta do corpo do animal e agarrando de forma gentil

Coloque-se por de trás ou acima do animal e envolva-o com uma toalha
Enquanto lhe coloca a toalha, nunca aproxime as suas mãos da boca do animal e tenha sempre noção da posição deste
Com uma mão prenda o pescoço do animal caso este tente virar-se e mordê-lo sob a toalha
Cubra o animal todo com a toalha, excluindo a cabeça, de modo a que as unhas fiquem cobertas com o tecido e o animal tenha pouco espaço de manobra

Captura com armadilhas
Os animais normalmente entram em caixas para se sentirem mais protegidos e em maior segurança.

Se a caixa tiver abertura superior, retire-a
Coloque uma toalha sobre o animal
Faça o tratamento

Captura com luvas
Apenas use esta técnica se tiver prática. Aventureirismos podem resultar em mordidelas através das luvas.

Afogamento

Choque Eléctrico

Nestes casos, desligue imediatamente o quadro eléctrico, para sua própria segurança.
Se não conseguir desligar o quadro, tire o seu cão da corrente com a ajuda de um pau ou cadeira de madeira ou uma peça grossa de roupa enrolada 3 a 5 vezes para evitar que o choque se propague a si..
Em casos severos podem ocorrer queimaduras e paragem respiratória. Nestes últimos casos, pode ser necessário proceder a respiração artificial. Se não houver batimento cardíaco, iniciar a RCP.
Os choques eléctricos acontecem principalmente dentro de casa, devido a mordeduras nos cabos eléctricos ou em tomadas.

Se existirem queimaduras graves envolva-as com compressas molhadas e assim que possa telefone ao seu veterinário.

Choques e Desmaios

Evitar mexer o animal demasiado e se tiver mesmo que o fazer, faça-o de forma cuidadosa
Deve coloca-lo num local calmo e quente e sempre com a cabeça para a frente
Deve evitar dar comida ou água, pois pode causar engasgamentos e inconsciência
Deve verificar se o animal respira confortavelmente. Se existirem substancias como saliva ou vómito, deve limpar a boca do animal.

Deve levar de imediato o animal ao seu veterinário para que este possa determinar a causa dos desmaios e proceder ao tratamento mais eficaz.

Congelamento

Os animais, especialmente os de pêlo curto, quando expostos ao frio intenso, podem congelar total ou parcialmente, nas orelhas, nos dedos e na ponta da cauda, no pénis e na vulva.

Golpe de Calor

Os cães não resistem ao calor melhor que os gatos. A dificuldade deles para lidar com temperaturas altas é enorme. Dez minutos são suficientes para afectar a saúde do seu cão, e não é suficiente abrir as janelas do seu carro! Você pode prolongar o período de tolerância com o ar condicionado do seu carro, mas não se esqueça que ele não é afectado só pelo calor mas também pelos raios ultra-violeta.
Em climas quentes, tenha atenção à taça de água do seu cão, mantendo-a sempre cheia. Congele uma ou duas garrafas de água e embrulhe-as numa toalha e ponha-a na cama do seu cão. Repita este processo a cada uma a duas horas. Isto vai relaxar o seu cão e ajudar a quebrar o efeito do calor.

São sintomas de golpe de calor:

Respiração rápida e irregular
Língua vermelha brilhante
Gengivas pálidas e vermelhas
Ritmo cardíaco elevado
Pulso elevado
Problemas de equilíbrio
Desmaios
Saliva espessa e pegajosa

Que podem originar:

Edema cerebral
Hemorragia cerebral
Diarreia
Choque
Coma

Animais mais idosos, com mais peso, algumas características raciais (como a braquicefalia), a condição de saúde, e mesmo a cor do pêlo (cores claras de pêlo refletem mais raios que os pêlos escuros), são mais susceptíveis de golpe de calor.
Se o seu animal for afectado por um golpe de calor, deve imediatamente levá-lo para um local fresco com corrente de ar. Se existir uma ventoinha perto, use-a. Molhe o seu cão com água morna a tépida e repetir o exercício a cada cinco minutos. Tenha atenção que a água não deve ser fresca para não originar choque nem ser aplicada directamente, mas sim através de toalhas no pescoço, cabeça, pés e virilhas do cão. Devemos baixar a temperatura do golpe de calor (>41ºC) para valores de 38-39ºC nos primeiros 10 a 15 minutos. Vá medindo a temperatura do seu cão e tente dar-lhe água à boca. Se ele não for capaz de beber, não insista, pois pode aspirar a água.
Assim que o seu animal comece a reagir, leve-o a um veterinário com urgência num carro completamente ventilado, para o veterinário administrar-lhe fluidos, que serão fundamentais na reposição da circulação normal no seu cão.

Em tempos quentes, não deixe o seu animal exposto ao calor, principalmente em carros. Em poucos minutos isto pode causar-lhe a morte súbita.

Traumatismos

Atropelamentos

Os atropelamentos são uma das piores coisas que podem acontecer ao seu animal. Nestas situações deverá tentar manter a cabeça fria e calma suficiente para poder transmitir calma ao seu animal.
Lembre-se que o seu animal pode agir de forma inconsciente e por isso tenha muito cuidado: se ele não tiver dificuldade a respirar feche-lhe a boca com um açaime, mesmo improvisado, antes de começar a tocar-lhe.
Deve verificar se existe alguma ferida com sangue. Se existir, tente estancar a hemorragia aplicando pressão ou fazendo um torniquete: este deve ser aliviado de dez em dez minutos para evitar a formação de gangrena.
Avalie a respiração e o batimento cardíaco do seu animal. Coloque-o na posição em que respire melhor. Limpe a boca e o nariz dos excessos de sangue ou saliva para lhe facilitar a respiração.
Deve levar o seu animal ao veterinário imediatamente. Podem existir situações como deslocamentos, fracturas, seja de membros, costelas ou coluna ou traumatismo craniano, ou pneumotórax ou hemotórax ou mesmo ruptura de bexiga, pelo que deve tão rapidamente quanto possível transportá-lo até ao seu veterinário.
Coloque o animal numa superfície dura, um cartão duro ou num cobertor esticado, com movimentos cuidadosos.
Telefone mal possa ao seu veterinário a descrever a situação para este o poder aconselhar e para ir preparando o espaço e a equipa para a recepção do seu animal.

Quedas

As consequências de uma queda podem ser desastrosas, podendo ocorrer fracturas e contusões severas.
Por esta razão deve ser muito cuidadoso ao levantar o animal e antes mesmo de o fazer, deve proceder a uma avaliação cuidada para possíveis fracturas, hemorragias e estado mental.
Coloque o animal numa superfície dura, um cartão duro ou num cobertor esticado, com movimentos cuidadosos.
Deve verificar se existe alguma ferida com sangue. Se existir, tente estancar a hemorragia aplicando pressão ou fazendo um torniquete: este deve ser aliviado de dez em dez minutos para evitar a formação de gangrena.
Avalie a respiração e o batimento cardíaco do seu animal. Coloque-o na posição em que respire melhor. Limpe a boca e o nariz dos excessos de sangue ou saliva para lhe facilitar a respiração.
Uma vez que o risco de hemorragias internas é elevado, deve levar o seu animal ao veterinário o quanto antes.
Telefone mal possa ao seu veterinário a descrever a situação para este o poder aconselhar e para ir preparando o espaço e a equipa para a recepção do seu animal.

Lutas

Em lutas de cães grandes contra cães pequenos e gatos, é comum haver fracturas de coluna e do pescoço, pelo que deve ter um extremo cuidado ao mexer no animal. Coloque o animal numa superfície dura, um cartão duro ou num cobertor esticado, com movimentos cuidadosos.
É fundamental levar o animal ao seu veterinário para estancar as hemorragias resultantes das mordidelas e proceder à limpeza das feridas infectadas.
As mordidelas de cães do mesmo porte raramente representam um perigo de vida, mas dada a violência das mordidelas podemos ter situações de lesões extensas e muito perfurante. Estas têm a agravante de representarem uma infecção profunda-onde chega o dente são inoculadas as bactérias da boca do agressor-, pelo que se torna necessária uma avaliação do seu veterinário para determinar qual a melhor abordagem às lesões.
Os animais envolvidos em lutas podem comportar-se de forma violenta com os donos, devido ao choque ou dor que possam estar a ter.

Cortes e objectos espetados

Os cortes podem ocorrer por contacto com objectos como vidro, lascas de metal ou madeira que entram em contacto com partes do corpo, nomeadamente com os pés e mãos do animal enquanto estes caminham.
Nestas lesões podem ocorrer hemorragias muito difíceis de estancar, pelo que para além da pressão de estancamento que deve aplicar na hemorragia deve colocar um torniquete um pouco mais acima da área da hemorragia. Este deve ser aliviado a todos os 10 minutos para evitar uma gangrena.
Deve tão depressa quanto puder deslocar-se ao seu veterinário para este poder avaliar o foco hemorrágico, retirar algum objecto cortante que permaneça no foco, e proceder à cauterização ou estancamento por ligadura dos vasos hemorrágicos.
Nas lesões com objectos espetados devemos ter o cuidado de não os retirarmos de imediato do local pois estes podem ter afectado órgãos internos, devendo primeiro avaliar a área onde o objecto espetou e verificar se pode existir ou não um órgão afectado com o objecto.
Deve levar imediatamente o animal ao seu veterinário para que este com a ajuda de meios auxiliares de diagnóstico consiga perceber quais as consequências da remoção do objecto ou, se necessário, ir para remoção cirúrgica do mesmo.
Se se tratarem de lascas nas patas do seu animal, pode tentar removê-las com o auxilio de uma pinça. Faça-o de forma cuidadosa para não deixar nenhum pedaço dentro da ferida. De seguida lave a ferida abundantemente com uma solução anti-séptica e faça um penso local. Para evitar algum tipo de infecção é recomendado falar com o seu veterinário para a possibilidade do animal tomar um antibiótico.

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